A última segunda-feira 27/Março marcou o Dia das Forças Armadas, o aniversário do início da revolta de 1945 contra a ocupação japonesa.
A comemoração, na capital, pretendeu também servir como demonstração de força, uma semana depois do anúncio de novas sanções dos Estados Unidos contra a junta militar.
O Exército de Myanmar tem sido repetidamente acusado de crimes de guerra, nomeadamente visando civis nas ofensivas contra a resistência armada, desde que, em 2021, retirou o controlo do poder ao governo eleito.
Cercado por tanques e lança-mísseis, o comandante da junta militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, prometeu que não vai flexibilizar a repressão contra os opositores e repetiu que o país terá eleições quando a paz for restaurada.
Myanmar enfrenta um cenário de caos desde o golpe militar que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi em fevereiro de 2021, com a alegação de uma suposta fraude eleitoral.
O golpe de Estado provocou a retomada dos combates com os rebeldes de grupos étnicos e a criação de dezenas de “forças de defesa do povo” (PDF) que lutam contra a junta. Várias regiões do país são afetadas pelos combates e a economia do país está em colapso.
O exército adotará “medidas decisivas” contra seus adversários, declarou Min Aung Hlaing diante de 8.000 militares que participaram no desfile anual do dia das Forças Armadas na capital Naypyidaw, construída pelas Forças Armadas.
“Eleições livres e justas serão organizadas quando acabar o estado de emergência”, acrescentou.
Em fevereiro, o exército anunciou a prorrogação do estado de emergência, o que provocou o adiamento das eleições prometidas inicialmente para antes de agosto, já que os militares não controlam todo o país para organizar a votação.
Desde o golpe de Estado, Myanmar vive um conflito civil violento, que provocou quase 3.000 mortes, segundo a ONU.
Conheça os aliados Geopolíticos de Myanmar
Myanmar, também conhecido como Birmânia, teve uma história complexa de relações militares e alianças. Seu governo militar, conhecido como Tatmadaw, tem mantido vínculos com várias nações ao longo dos anos. Algumas das principais parcerias militares incluíram China, Rússia, Índia e Coreia do Norte.
- China: A República Popular da China tem sido historicamente um aliado significativo de Myanmar. As relações entre os dois países incluem cooperação militar, comércio e investimentos. A China forneceu armas e apoio técnico ao exército de Myanmar, fortalecendo assim os laços bilaterais.
- Rússia: A Rússia também tem sido um parceiro militar de Myanmar, fornecendo equipamentos militares e treinamento. As relações militares entre os dois países têm se fortalecido ao longo dos anos, abrangendo uma variedade de áreas, desde a aviação até a marinha.
- Índia: Myanmar manteve relações militares e estratégicas com a Índia, especialmente devido à sua localização geográfica estratégica. Ambos os países compartilham preocupações comuns, como segurança na fronteira e combate ao terrorismo. A Índia tem fornecido assistência militar e cooperação técnica ao Tatmadaw.
- Coreia do Norte: Embora as relações entre a Coreia do Norte e Myanmar tenham diminuído nos últimos anos, há evidências de cooperação militar no passado. Ambos os países compartilham uma história de isolamento internacional, e isso os levou a buscar parcerias estratégicas para contrabalançar pressões externas.
Quanto às tecnologias de guerra dominadas por Myanmar, é crucial observar que, em comparação com muitas nações ocidentais e outras na região Ásia-Pacífico, Myanmar pode não ter acesso às tecnologias militares mais avançadas. No entanto, as forças armadas de Myanmar têm investido em modernização e atualização de suas capacidades, incluindo o desenvolvimento de mísseis e aquisição de aeronaves.
É importante ressaltar que o cenário geopolítico pode ter evoluído desde minha última atualização, e é aconselhável consultar fontes de notícias recentes e análises especializadas para obter as informações mais recentes sobre os aliados militares de Myanmar e suas capacidades militares.