O Azerbaijão anunciou nesta quarta-feira (20) a suspensão da operação militar que iniciou um dia antes contra o território separatista de Nagorno-Karabakh, após as autoridades da autoproclamada república de maioria armênia concordarem em se render e desarmar completamente seus grupos armados.
Segundo o Ministério da Defesa do Azerbaijão, a decisão de suspender as operações antiterroristas em 20 de setembro de 2023 às 13h (horário local, 6h de Brasília) foi tomada em resposta a um apelo dos representantes dos residentes armênios de Karabakh, recebido por meio do contingente de manutenção da paz russo.
De acordo com os termos do acordo alcançado, as formações armadas armênias na região de Karabakh, que faz parte da República do Azerbaijão, assim como as formações armadas armênias ilegais, concordaram em depor suas armas, abandonar posições de combate, postos militares e se desarmar completamente. Além disso, as unidades das Forças Armadas armênias deixarão o território do Azerbaijão, e as formações armadas armênias ilegais em Karabakh serão dissolvidas. Todas as armas e equipamentos pesados também serão entregues.
O contingente de paz russo, que está presente em Nagorno-Karabakh desde o cessar-fogo estabelecido após a última guerra pelo controle do enclave em 2020, será responsável por garantir a retirada, o desarmamento e a dissolução das unidades em Karabakh.
Uma reunião marcada para quinta-feira (21), em Yevlakh, com representantes dos residentes armênios de Nagorno-Karabakh, abordará a “reintegração” da população sob a Constituição e as leis da República do Azerbaijão. Yevlakh fica a aproximadamente 100 quilômetros da capital de Karabakh, Jankendi (Stepanakert para os armênios).
A decisão de cessar as hostilidades ocorre 24 horas após o Exército do Azerbaijão iniciar bombardeios em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de restaurar a “ordem constitucional” no território separatista, que é habitado por cerca de 120 mil armênios. O enclave tinha poucas chances de resistir à nova investida do Azerbaijão, que começou a ofensiva três anos após a última guerra pelo controle do enclave e após um bloqueio de mais de nove meses.
Em dezembro de 2022, Baku cortou o corredor de Lachin, a única via de comunicação entre a Armênia e Nagorno-Karabakh. Durante a guerra de 44 dias em 2020, a Armênia perdeu dois terços do território da região de Karabakh que controlava após o conflito de 1992-1994, incluindo parte da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, mas não a capital, Stepanakert.
Em relação às baixas, a Armênia reportou pelo menos 32 pessoas mortas em 24 horas na operação militar do Azerbaijão, incluindo sete civis, enquanto Baku mencionou apenas duas vítimas civis e nenhuma militar.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, expressou sua confiança em alcançar uma “desescalada” em Nagorno-Karabakh, afirmando que Moscou está em “contato próximo” com todas as partes envolvidas no conflito, desde a Armênia até Nagorno-Karabakh e o Azerbaijão.
O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinian, também expressou confiança nas forças de manutenção da paz russas destacadas em Nagorno-Karabakh, afirmando que elas garantirão a segurança da população armênia na região após o acordo entre as autoridades do enclave e Baku para encerrar a operação militar. Pashinian ressaltou que a Armênia não teve envolvimento na elaboração do acordo e nas discussões relacionadas.
Comparação entre as Forças armadas de Azerbaijão x Armênia
As forças armadas do Azerbaijão e da Armênia eram notáveis por sua rivalidade de longa data, principalmente relacionada ao conflito em torno da região de Nagorno-Karabakh. Vale ressaltar que as informações podem ter mudado desde então, e é sempre recomendável verificar fontes atualizadas para obter os dados mais recentes. Vamos comparar alguns aspectos das forças armadas de ambos os países:
- Efetivos Militares:
- Azerbaijão: Tinha uma população militar relativamente maior em comparação com a Armênia.
- Armênia: Mantinha forças militares significativas, especialmente devido à situação em Nagorno-Karabakh.
- Orçamento Militar:
- Azerbaijão: Tinha um orçamento militar substancial, impulsionado pelas receitas do petróleo.
- Armênia: Enfrentava desafios econômicos, o que poderia limitar seus recursos para gastos militares.
- Equipamento Militar:
- Azerbaijão: Investiu em modernização e aquisição de equipamentos militares, incluindo tanques, aeronaves e sistemas de defesa aérea.
- Armênia: Possuía um conjunto diversificado de equipamentos, mas poderia enfrentar desafios em termos de modernização.
- Treinamento Militar:
- Azerbaijão: Beneficiava-se de programas de treinamento e cooperação militar com diversos países, incluindo Turquia e Israel.
- Armênia: Tinha histórico de treinamento militar, especialmente durante a era soviética, mas enfrentava desafios logísticos e financeiros.
- Geografia e Infraestrutura:
- Azerbaijão: Posicionado de forma estratégica com uma saída para o Mar Cáspio, o que pode facilitar o transporte de equipamentos e suprimentos.
- Armênia: Situava-se em uma posição geográfica desafiadora, cercada por Turquia e Azerbaijão, o que poderia afetar suas linhas de comunicação.
- Conflito em Nagorno-Karabakh:
- O conflito em Nagorno-Karabakh tem sido um ponto focal nas relações militares entre os dois países. O Azerbaijão buscou recuperar o controle da região, enquanto a Armênia apoiava a autodeterminação de Nagorno-Karabakh.
- Alianças Militares:
- Azerbaijão: Tinha relações mais próximas com a Turquia, que incluíam acordos de cooperação militar.
- Armênia: Manteve uma aliança estratégica com a Rússia, que incluía uma base militar russa em território armênio.
- Capacidade de Mobilização Rápida:
- Ambos os países possuíam a capacidade de mobilização rápida de suas forças armadas devido à natureza do conflito em andamento.
É importante observar que as dinâmicas podem ter mudado desde minha última atualização. Eventos recentes podem ter impactado as forças armadas desses países, e recomendo verificar fontes confiáveis para obter informações mais recentes sobre o assunto.