Esta moderna embarcação, o Alpha Crucis, está desde maio de 2012 em operação após ter sido adquirido por meio do Programa de Equipamentos Multiusuários (EMU) do Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa de São Paulo. Este navio de pesquisa oceanográfica é um destaque no país, tendo sido nomeado após a estrela mais brilhante da constelação do Cruzeiro do Sul.
Com 64 metros de comprimento por 11 metros de largura, a embarcação emprega uma tripulação de 19 pessoas e 21 pesquisadores, e tem uma capacidade de deslocamento de 972 toneladas. O navio também está equipado com instrumentos de pesquisa e navegação de última geração, e possui uma autonomia de viagem transoceânica de até 70 dias, aproximadamente 60 dias a mais do que seu antecessor.
Os pesquisadores de projetos e programas de pesquisa financiados pela Fapesp (EMU) e de instituições de ensino superior e pesquisa, públicas ou privadas, no Estado de São Paulo podem solicitar o uso da embarcação. Para fazer isso, o pesquisador deve se cadastrar previamente no site do IOUSP e preencher o formulário de solicitação de reserva de embarcações com pelo menos 45 dias de antecedência em relação à data pretendida de uso.
De onde veio o Alpha Crucis?
O navio foi construído em 1974 e originalmente foi batizado como Moana Wave. Foi inicialmente cedido à Universidade do Havaí.
Como veio parar no Brasil?
Em 2010, a Fapesp o adquiriu e o renomeou como Alpha Crucis, após o mesmo ter sido avariado por um incêndio. Atualmente, é administrado pela Universidade de São Paulo.
O que significa o nome Alpha Crucis?
Alpha Crucis é a estrela que representa o estado de São Paulo na bandeira nacional. Alpha Crucis (α Cru, α Crucis), conhecida como Acrux e Estrela de Magalhães (em homenagem ao navegante português Fernão de Magalhães), é a estrela mais brilhante da constelação de Crux (Cruzeiro do Sul).
Crise nos Mares: Trabalhadores Marítimos da USP Sob Ameaça de Demissão Desencadeiam Resistência Nacionalista
A entidade que congrega trabalhadores e estudantes da Unesp, Unicamp, USP e Centro Paula Souza (Fórum das Seis) emitiu uma declaração na sexta-feira (6/10/23) em solidariedade aos 35 marinheiros que desempenham suas funções nos navios do Instituto de Oceanografia da USP. Estes dedicados profissionais estão enfrentando a ameaça iminente de demissão por parte da reitoria, que busca terceirizar a mão de obra, ignorando assim o pagamento de seus direitos, conforme informado pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).
Com décadas de serviço no instituto, esses marinheiros desempenham papéis essenciais nos dois navios oceanográficos, Alpha Crucis e Alpha Delphini, participando de pesquisas significativas financiadas por órgãos públicos de grande importância, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros.
A ameaça de demissões, que teve início em maio, foi temporariamente contida graças à mobilização dos servidores da USP, representados pelo Sintusp, que iniciaram um diálogo com a reitoria. No entanto, nas últimas semanas, a reitoria deixou de responder aos pedidos de reuniões e esclarecimentos. No último dia 3, os marinheiros foram surpreendidos com a informação de que deveriam permanecer em casa, uma vez que uma empresa terceirizada assumiria suas funções nos navios.
As demissões foram anunciadas após a súbita decisão do reitor, Carlos Gilberto Carlotti Jr., de ressuscitar um processo administrativo iniciado há 14 anos. A direção do Sintusp ressalta que esses trabalhadores sempre foram remunerados diretamente pela USP, que agora nega seu reconhecimento, mesmo considerando que alguns deles estão na universidade desde a década de 1980.
Em apoio aos marinheiros, trabalhadores e diretores sindicais ocupam os navios oceanográficos, recusando-se a abandoná-los sem que a reitoria apresente uma solução que garanta os direitos trabalhistas dos marinheiros. O Fórum das Seis expressa seu apoio aos marinheiros e insta a reitoria da USP a buscar uma solução que preserve empregos e direitos dos trabalhadores, solicitando também uma reunião para estabelecer o diálogo sobre o assunto.
Pelo menos 65 sindicatos associados à central CSP-Conlutas assinaram uma moção em defesa dos marinheiros e manifestaram indignação com a decisão da reitoria da USP. Eles destacam a proposta de terceirização como onerosa aos cofres públicos e alertam que pode comprometer os valiosos trabalhos de pesquisa do Instituto de Oceanografia.
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