Nesta quarta-feira, a Índia propôs um orçamento de 5,94 trilhões de rúpias (equivalente a 72,6 bilhões de dólares) em gastos com defesa da Índia para o ano fiscal de 2023-24, um aumento de 13% em relação às estimativas iniciais do período anterior. O objetivo é adicionar mais caças e estradas ao longo da tensa fronteira com a China.
A ministra das Finanças, Nirmala Sitharaman, alocou 1,63 trilhão de rúpias para gastos com capital de defesa, que incluiria a aquisição de novas armas, aeronaves, navios de guerra e outros equipamentos militares. Ela anunciou um total de gastos federais de quase 550 bilhões de dólares no orçamento anual para 2023-24 a partir de abril.
Sitharaman também divulgou que 2,77 trilhões de rúpias serão dedicados a salários e benefícios militares em 2023-24, 1,38 trilhão a pensões para soldados da reserva e outros valores para itens diversos. Além disso, ela revisou o orçamento de defesa para o ano fiscal atual, que termina em março, para 5,85 trilhões de rúpias, um aumento em relação à estimativa anterior de 5,25 trilhões de rúpias.
Nos últimos anos, o primeiro-ministro Narendra Modi tem aumentado os gastos para modernizar as Forças Armadas, ao mesmo tempo em que destaca o compromisso de seu governo em elevar a produção doméstica para abastecer as forças posicionadas ao longo de duas fronteiras controversas.
No entanto, especialistas em defesa como Laxman Behera, da Universidade Jawaharlal Nehru em Nova Déli, consideram que o aumento no orçamento de defesa é “razoável, mas não suficiente” para atender aos requisitos para a modernização militar.
Como é organizado o Setor de Defesa da Índia
“O setor de defesa da Índia, a segunda maior força armada, está à beira de uma revolução. O governo identificou o setor de defesa e aeroespacial como uma área de foco para o ‘Aatmanirbhar Bharat’ ou iniciativa da Índia autônoma, com um formidável impulso no estabelecimento de infraestrutura de manufatura nativa apoiada por um ecossistema de pesquisa e desenvolvimento necessário. A visão do governo é atingir um faturamento de US$ 25 bilhões, incluindo exportação de US$ 5 bilhões em bens e serviços aeroespaciais e de defesa da Índia até 2025.
As Estratégias de Defesa da Índia: Capacidade Tecnológica Militar e Alianças Estratégicas
A Índia, como uma potência regional e global em ascensão, tem adotado estratégias de defesa robustas para garantir a segurança nacional e proteger seus interesses em um cenário geopolítico dinâmico. Este artigo explora as estratégias de defesa da Índia, destaca sua capacidade tecnológica militar e examina seus principais parceiros militares.
Estratégias de Defesa da Índia: A Índia tem uma abordagem abrangente para a defesa, incorporando medidas convencionais e estratégicas. A Doutrina de Defesa Integrada da Índia visa fortalecer as capacidades de defesa em todas as frentes, abrangendo forças terrestres, marinhas e aéreas. A ênfase na modernização das forças armadas e a capacidade de resposta rápida são pilares essenciais da estratégia indiana.
Capacidade Tecnológica Militar: A Índia tem investido significativamente em pesquisa e desenvolvimento para impulsionar sua capacidade tecnológica militar. O país alcançou notáveis avanços em diversos setores, incluindo aviação, mísseis balísticos, tecnologia naval e cibernética. O programa de desenvolvimento de mísseis balísticos, como o Agni e o Prithvi, destaca a busca indiana por uma dissuasão eficaz.
A indústria de defesa indiana tem se expandido, com parcerias entre o governo e o setor privado, impulsionando a produção de equipamentos militares avançados. A participação em missões espaciais, como o lançamento bem-sucedido de satélites de vigilância, também destaca a competência tecnológica da Índia.
Principais Parceiros Militares da Índia: A Índia busca construir alianças estratégicas para fortalecer sua posição no cenário internacional. Além de uma abordagem de não alinhamento, a Índia mantém parcerias cruciais com diversas nações.
- Rússia: A Índia tem uma longa relação com a Rússia, sendo um dos principais fornecedores de equipamentos militares. Os acordos incluem a aquisição de caças, tanques, sistemas de defesa aérea e submarinos.
- Estados Unidos: A Índia estabeleceu uma parceria estratégica com os EUA, refletida em acordos como o “Acordo de Colaboração Logística” e o aumento da cooperação militar. As relações bilaterais fortaleceram-se com a aquisição de tecnologia de defesa avançada, como os sistemas de defesa antimísseis.
- Israel: A Índia mantém uma cooperação robusta com Israel, especialmente em áreas como tecnologia de mísseis, vigilância aérea e cibersegurança. Essa parceria tem contribuído significativamente para a modernização das forças armadas indianas.
- França: A Índia adquiriu aeronaves Rafale da França, marcando uma colaboração estratégica. Além disso, os dois países colaboram em projetos de defesa naval e tecnologia espacial.
Conclusão: A Índia, como uma potência militar emergente, tem implementado estratégias de defesa robustas, apoiadas por uma crescente capacidade tecnológica militar. Sua abordagem de construir parcerias estratégicas com diversas nações destaca a natureza multifacetada de sua política externa. O equilíbrio entre a modernização das forças armadas e a busca por alianças estratégicas desempenha um papel crucial na garantia da segurança nacional e na promoção dos interesses indianos em um mundo em constante evolução.
A Índia, situada em uma região geograficamente complexa e estrategicamente sensível, adota uma abordagem abrangente e adaptativa para enfrentar os riscos geopolíticos em sua vizinhança. Vários fatores influenciam a estratégia de defesa indiana, e sua postura reflete uma combinação de diplomacia, modernização militar e cooperação regional. Aqui estão alguns aspectos que destacam como a defesa da Índia está preparada para os riscos geopolíticos da região:
- Diplomacia Ativa:
- A Índia busca manter relações diplomáticas saudáveis e construtivas com seus vizinhos, bem como com potências globais. A diplomacia ativa é uma ferramenta crucial para mitigar conflitos potenciais e promover a estabilidade na região.
- Capacidade de Dissuasão Nuclear:
- O programa nuclear da Índia serve como uma ferramenta de dissuasão contra potenciais ameaças. A posse de armas nucleares e sistemas de entrega avançados, como os mísseis Agni, é concebida como uma medida para desencorajar qualquer agressão significativa.
- Modernização da Defesa da Índia:
- A Índia tem focado na modernização de suas forças armadas, investindo em tecnologia de ponta e capacidades operacionais avançadas. Isso inclui a aquisição de aeronaves de combate, tanques, sistemas de defesa aérea e navios de guerra que melhoram a prontidão e a eficácia militar.
- Postura de Não Agressão:
- A Índia mantém uma postura de não agressão, enfatizando a resolução pacífica de disputas e conflitos. Essa abordagem visa construir confiança e estabilidade na região, promovendo a cooperação em vez de confronto.
- Cooperação Regional:
- Participação em fóruns e organizações regionais, como a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), destaca os esforços da Índia para fortalecer laços e cooperação com os países vizinhos. Essas parcerias regionais são cruciais para enfrentar desafios comuns, como o terrorismo e a segurança marítima.
- Monitoramento Vigilante:
- Dada a complexidade da região, a defesa da Índia mantém uma vigilância constante das atividades geopolíticas e militares em seus arredores. Isso envolve o monitoramento de movimentos militares, desenvolvimentos políticos e quaisquer ameaças percebidas.
- Resposta Rápida e Flexível:
- A estratégia de defesa indiana é caracterizada por uma capacidade de resposta rápida e flexível a situações de crise. Isso inclui o treinamento e o desenvolvimento de forças especializadas capazes de lidar com uma variedade de cenários, desde conflitos de baixa intensidade até situações de emergência mais graves.
Em conjunto, essas estratégias e abordagens formam a base da preparação da Índia para os riscos geopolíticos em sua região. A combinação de diplomacia, dissuasão, modernização militar e cooperação regional reflete um esforço abrangente para garantir a segurança e a estabilidade em um ambiente geopolítico dinâmico e desafiador.
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