Os parlamentares alemães têm alertado para a falta de capacidade das forças armadas do país caso exista necessidade da Alemanha enfrentar uma guerra.
Apesar dos investimentos recentes em equipamentos modernos, como os 35 caças F-35 Lightning II que ainda estão para ser entregues. Segundo o relatório anual do congresso da Alemanha, se mantido o ritmo atual de investimentos, levarão 50 anos para que o país esteja efetivamente preparado para se defender de uma possível guerra na Europa.
A disponibilidade dos caças Eurofighter EF-2000 Typhoon e Tornado também tem sido questionada, com o número de horas de voo anuais abaixo do registrado em outros países europeus. Além disso, a realização de exercícios com países da OTAN tem sido limitada. As demandas também se estendem para outras áreas do Exército e da Marinha, incluindo o apoio logístico restrito da força aérea.
Apesar da aversão histórica da população alemã ao armamentismo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a invasão da Ucrânia pela Rússia despertou temores e levou parte significativa do país a defender a volta do serviço militar obrigatório. O investimento em defesa, inferior a 2% do PIB, já era criticado por parceiros da OTAN e agora é também um tema de debate e preocupação pública. Os políticos no governo alemão afirmam que, apesar de ter tropas e aeronaves dos Estados Unidos em seu território, a Alemanha não tem forças armadas adequadas para suas necessidades de defesa.
Qual o Tamanho da Força Aérea Alemã?
Atualmente, a força aérea alemã, também conhecida como Luftwaffe, conta com cerca de 130 caças Eurofighter EF-2000 Typhoon e 110 caças Tornado, além de outras aeronaves de apoio, como os 38 A400M e dois C-130J. No entanto, há questionamentos sobre a atual disponibilidade dessas aeronaves e a quantidade de horas de voo anuais realizadas, que estariam abaixo do registrado em outros países europeus.
Como a Luftwaffe planeja Contornar esta situação?
De acordo com documentos militares internos citados pelo Business Insider, o Ministério da Defesa alemão planeja adquirir 82 helicópteros civis Airbus H145M e converter alguns deles em helicópteros de combate para substituir os obsoletos helicópteros Tiger que estão enfrentando problemas operacionais. A Alemanha está relutante em atualizar seus helicópteros de ataque Airbus Tiger e, por isso, quer comprar os H145M por € 3,05 bilhões, dos quais 24 serão equipados com mísseis antitanque.
Embora os helicópteros H145M sejam aprovados para uso militar, eles não estão prontos para combate e a Bundeswehr tem preocupações sobre sua adequação para combate e proteção da tripulação, preocupações que o Ministério da Defesa até agora ignorou. Além disso, a Bundeswehr considera a compra planejada como uma decisão puramente política que ignora as necessidades operacionais.
A Luftwaffe, a força aérea alemã, atualmente tem 51 helicópteros de ataque Tiger à sua disposição, mas apenas alguns estão em serviço. A Alemanha alocou 100 bilhões de euros para modernizar as forças armadas, após mudar sua política de defesa no ano passado devido à invasão russa na Ucrânia. Anteriormente, foi relatado que a Alemanha terá que esperar pelo menos três anos para substituir as 14 unidades de artilharia autopropulsadas Panzerhaubitze 2000 que foram transferidas para a Ucrânia para o Bundeswehr.
Há risco da Alemanha enfrentar uma Guerra na Europa ainda em 2023?
Não há indicativos de que a Alemanha esteja enfrentando um risco iminente de guerra na Europa em 2023. Embora a tensão política e militar na Europa e em outras partes do mundo possa sempre representar um risco potencial, é importante lembrar que a paz e a segurança são uma preocupação constante para os países europeus e para a comunidade internacional em geral.
A Alemanha, como um dos líderes da União Europeia, tem um forte compromisso com a diplomacia e o multilateralismo, e trabalha em estreita colaboração com seus parceiros europeus e outros países para evitar conflitos e buscar soluções pacíficas para os desafios globais.
Além disso, a modernização em curso das forças armadas alemãs é parte de um esforço para melhorar a capacidade de defesa do país e contribuir para a segurança coletiva da Europa, mas não deve ser vista como uma preparação para a guerra iminente.
Desafios Estratégicos e Geopolíticos na Europa
Os desafios estratégicos e geopolíticos na Europa têm assumido uma importância crucial, moldando as políticas de defesa e segurança dos países na região. A crescente tensão entre as potências globais, as mudanças nas dinâmicas políticas e as incertezas resultantes das crises internacionais impõem desafios significativos.
Na Alemanha, como uma das principais nações europeias, esses desafios se manifestam na necessidade de equilibrar a busca pela segurança nacional com um histórico cultural marcado pela aversão ao militarismo. A relação complexa com a Rússia, evidenciada pela invasão na Ucrânia, e a interdependência econômica e política na União Europeia também influenciam as estratégias de defesa alemãs.
A região enfrenta dilemas relacionados à modernização militar, cooperação multilateral e a adaptação a ameaças emergentes, como a guerra cibernética. A compreensão e resposta eficaz a esses desafios exigem uma abordagem holística, considerando tanto as questões de segurança convencionais quanto as complexas dinâmicas geopolíticas que moldam o cenário europeu contemporâneo.
O Papel da Alemanha na OTAN
O papel da Alemanha na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) desempenha um papel crucial na segurança coletiva e na estabilidade da Europa. Como membro fundador da OTAN em 1955, a Alemanha contribui significativamente para a aliança militar transatlântica, representando uma ponte estratégica entre o leste e o oeste europeu.
A Alemanha participa ativamente em missões de paz, operações conjuntas e esforços de segurança internacional sob a bandeira da OTAN, demonstrando um compromisso sólido com a defesa coletiva. Além de sua contribuição militar substancial, a Alemanha desempenha um papel crucial na formulação de políticas e na tomada de decisões dentro da OTAN, influenciando as estratégias de segurança da aliança.
No entanto, as discussões sobre o orçamento de defesa e os investimentos em capacidades militares geraram debates internos na Alemanha e críticas de parceiros da OTAN, destacando desafios contínuos para manter um equilíbrio eficaz entre as prioridades nacionais e os compromissos internacionais.
Em um cenário geopolítico em constante evolução, o papel da Alemanha na OTAN continua a ser vital para enfrentar desafios de segurança complexos e promover a estabilidade na região euro-atlântica.
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